quinta-feira, 21 de maio de 1992

Muito Tempo

Um dia o destino
Talvez por capricho
Mostrou-me algo mais em você
Uma ternura em seu olhar
Uma esperança que volta a brilhar
Um sorriso, uma lembrança
E a criança, tão linda menina
Agora se fez paixão.
E como a sua voz doce
Aceleram as batidas de um coração.
E um final de noite
Um beijo sela o destino
E o menino que sorria
Fechou mais uma vez suas portas
E viu que há tempo pra tudo
Até mesmo, tempo pra te amar.

Roberto / maio de 92

Esperar

Pensava em ti
E como por magia
Apareceste ao meu lado.
O vidro translúcido
Parecia querer ofuscar a tua beleza
Mas seu brilho superava todos os obstáculos.
Estavas linda
Cabelos esvoaçando ao vento
Como queria afagá-los!
E te ter em meus braços
Sentindo nossos corações baterem
Tão desritimados
Que chegam a saltar pela boca
Sabe menina,
Que barreira nos afasta
Estás tão próxima
Que Chego a sentir teu perfume
No entanto estás tão longe.
E de que me vale
Tanto sentimento assim
Se não consigo reparti-lo contigo.
Algo nos aproxima
Sinto isto em seus olhos
E não sei como te amar.
O tempo decide...
É cedo ou tarde
É só esperar.

Roberto / maio de 92

Deserto

As máscaras me olham
Me censuram talvez
E eu como um marionete
Que teve seus fios cortados
Permaneço imóvel.
E todos passam como zumbis
Não sabem onde pisam, onde estão
Alucinados pelas luzes
E o som que lhes ensurdecem.
E passam as horas
Não me encontro
Não te encontro.
É difícil entender
Porque tatá gente alucinada
A troco de nada.
Em um mundo tão estranho
Estou perdido numa multidão
Um deserto de cabeças vazias
Que não me compreendem
E nem eu os compreendo também
Procurando um Oasis de emoção
Pra saciar a minha sede de sentimentos
Mais só vejo miragens
Que desaparecem a todo momento.

Roberto / maio de 92
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